sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Receita de Ano Novo

Menos ignorância, mais esperança,
Mais amor...Dor!? Sim, pois também é necessária, mas se possível que venha na medida certa,
Menos imagens virtuais, mais contatos pessoais.

Menos sapatos, mais pés calejados,
Menos gasolina, mais passeios na vila,
Menos hipocrisia, mais sabedoria.

Menos falar, mais fazer,
Menos obrigações, mais condições,
Menos obviedades, mais intenções.

Menos copiar, mais imaginar,
Menos salvar o mundo, mais salvar a nós mesmos (Se cada um for mais sincero consigo, será com os outros e automaticamente teremos um mundo melhor!)
Menos frio, mais calor (inclusive humano).

Menos quantidade, mais qualidade,
Menos falsidade, mais amigos de verdade, ( e são poucos)
Menos contenção, mais paixão.

Menos ouvir os outros, mais ouvir o seu coração,
Menso adornos, mais sonhos,
Menos procurar, mais encontrar,
Menos frescura, mais doçura.

Para aliviar o stress: banhos semanais de cachoeira e/ou mar...
Para uma pele bonita e reluzente: Muitos beijos na boca (de preferência demorados)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

" Distraídos Venceremos"

Não sou boa em escrever histórias nem contos, mas hoje me arriscarei numa crônica, já advirto que sou marinheira de primeira viagem, OK. Bom, o título do texto no decorrer do relato, vocês verão que tem a ver com o fato ocorrido, ei-lo:

Estava eu às 07:00 da matina, na estação de trem de Santo André, ansiosa para chegar em uma palestra que se iniciaria às 08:30 na Avenida Paulista, mais especificamente próximo ao Masp, quando olhando as capas de revistas expostas na banca de jornal tive um espasmo:- Puta que eu pariu e saí correndo. Para onde? Para o estacionamento do escritório onde eu trabalho. Por quê? Pois eu tinha esquecido em cima do muro da entrada do escritório, a minha agenda, na qual inclusive estava o papel de inscrição da palestra, sem o qual eu não teria acesso à mesma...
Como eu fui deixar a agenda lá? Explico: Eu cheguei ao trabalho e precisava abrir o cadeado que fica amarrado com uma corrente para poder estacionar o carro, a senha do cadeado, fica lá, anotada num cantinho de lápis na minha agenda, que serve pouco pra mim, só anoto essas coisas que não guardamos de cabeça- mas que estou me prometendo para 2011 fazer melhor uso ou o devido ao menos, delas- as agendas.
Enfim, depois de olhar a senha eu coloquei a agenda em cima do muro enquanto ia colocar o carro na garagem...Agora entra o título do texto: “Distraídos venceremos”
que à propósito é o nome de um livro muito bom do Paulo Leminski e que eu ganhei do meu primo que coincidentemente também se chama Paulo.
Fato é que por ser distraída eu não percebi a agenda lá em cima do muro e depois de estacionar o carro saí correndo, pois pra variar estava atrasada, e por sorte essa sorte que o Leminski fala que acompanha os distraídos percebi o esquecimento antes de entrar no trem, pois caso contrário teria perdido a viagem a São Paulo.
Pois bem, enquanto fui resgatar a minha agenda, fui me xingando o caminho inteiro: de burra, de esquecida, de como vc faz umas coisas dessas; e fiquei pensando nessa coisa de ser distraída e deu vontade do fundo do peito de parar com esse negócio; mas depois no caminho de volta à estação, já com a agenda recapturada, me absolvi um pouco, afinal, a distração dá trabalho sim e muito, nem me lembro mais as topadas que vivo dando por aí, meu dedão do pé que o diga.
Mas mesmo de dedão esfolado e com a imagem de São Longuinho na carteira (São Longuinho é o santo das pessoas que vivem perdendo as coisas, se vc perder algo, chame o assim: São Longuinho, São Longuinho se eu achar ( diga o que vc perdeu) dou três pulinhos) para compensar todos os trabalhos extras que ele já me fez, eu acabo sempre dando uns 05 pulinhos.
Mas voltando à distração, mesmo com tudo isso eu acho que ela às vezes é bem vinda, afinal como diria Guimarães Rosa: “O importante não é chegar nem partir, mas sim a travessia” e o caminho é cheio de detalhes e riquezas que se estivermos muito concentrados ou determinados, acabamos não nos permitindo ver; acho que uma topada e um dedão esfolado, para ver uma estrela cadente ou um pôr do sol daqueles, vale a pena, assim como um atraso de 05 minutos por parar e cumprimentar o Tiozinho que todo dia você vê na padaria, também.
É, com alguns retoques aperfeiçoamentos e reparos, claro inevitáveis e necessários, nós distraídos de carteirinha, vamos seguindo e juntos, e principalmente guiados por São Longuinho venceremos.

Escrito e postado por Joyce às 10:50

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Definição do amor por um casal apaixonado

(Ela) -Amar é: fechar os olhos e ver você...
(Ele)- Amar é: respirar e sentir seu perfume...


Escrito e postado às 14:20

quinta-feira, 3 de junho de 2010

É de dentro

Inspirado no poema Pergunte ao Pó, de Paulo Leminski.

Pergunte ao Pó

cresce a vida
cresce o tempo
cresce tudo
e vira sempre
esse momento.
cresce o ponto
bem no meio
do amor seu centro
assim como
o que a gente sente
e não diz
cresce dentro


É de dentro

É de dentro!
Sorrateiro, silencioso, rasteiro,
Vem do peito essa aflição,
Que às vezes é força,
Às vezes solidão.

Confundo-me com o espelho,
Olho e não vejo.

Queria enxergar a alma,
Desvendá-la, desnudá-la,
Descobrir-me das vestes,
Inclusive a dos outros.

Talvez assim eu entendesse,
Que o que é de dentro,
Não é para ser visto,
Não se vê, mas se sente, o que foi vivido.

O que é de dentro,
Guardado e trancado na gaveta mais funda da alma,
Só pode ser lembrado, revisitado,
Ou, se a gente perder a chave,
Pode até ser mudado...

Escrito e postado por Joyce às 13:46

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Acerto de Contas

-Acabou.
-Por que? Como assim? Desde quando?
-Não sei, acabou, morreu, se perdeu.

-E agora, essa dúvida; firme, triste, que insiste...
-Foi você? Fui eu? Foi Maria?
-Lamento.
- Foi a vida...

Escrito e postado por Joyce as 11:40

sexta-feira, 26 de março de 2010

Saudade

É um sentimento, é um pensamento?
Saudade é um negócio de doido!
Vem da onde? Vem por quê?

Nunca avisa: não dá recado, não liga; não manda carta.
Simplesmente chega...

Às vezes, vem e vai, leve como uma brisa.
Noutras, parece um terremoto,
Tamanha a força que tem e o estrago que fica.

Alguém saberia defini-la?
Eu não sei, mas me arrisco...

Saudade é vontade!!!
É vontade sufocada;
Sufocada e misturada: do gosto de um beijo, da lembrança de um sorriso...

É, saudade; é vontade sufocada e misturada de passado.
Um passado que foi, mas que ainda vive.

Escrito e postado por Joyce às 16:07

quinta-feira, 18 de março de 2010

...

Enquanto a inspiração, não vem, aproprio-me e compartilho com vocês um texto da Clarice Lispector - aliás, é provável que ela sempre apareça por aqui. É, sou fã mesmo rs...
Um texto, que para mim, é um retrato do que seria um amor, ou melhor uma relação ideal entre um homem e uma mulher e como esse amor antes leve e doce, vai sendo carregado e transportado para o terreno da dúvida e consequentemente, tornando se pesado e doloroso, muito por que nós insistimos em querer certezas, querer seguranças...
Bom, chega de falar, Boa Leitura!!


"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."

Clarice Lispector