Não sou boa em escrever histórias nem contos, mas hoje me arriscarei numa crônica, já advirto que sou marinheira de primeira viagem, OK. Bom, o título do texto no decorrer do relato, vocês verão que tem a ver com o fato ocorrido, ei-lo:
Estava eu às 07:00 da matina, na estação de trem de Santo André, ansiosa para chegar em uma palestra que se iniciaria às 08:30 na Avenida Paulista, mais especificamente próximo ao Masp, quando olhando as capas de revistas expostas na banca de jornal tive um espasmo:- Puta que eu pariu e saí correndo. Para onde? Para o estacionamento do escritório onde eu trabalho. Por quê? Pois eu tinha esquecido em cima do muro da entrada do escritório, a minha agenda, na qual inclusive estava o papel de inscrição da palestra, sem o qual eu não teria acesso à mesma...
Como eu fui deixar a agenda lá? Explico: Eu cheguei ao trabalho e precisava abrir o cadeado que fica amarrado com uma corrente para poder estacionar o carro, a senha do cadeado, fica lá, anotada num cantinho de lápis na minha agenda, que serve pouco pra mim, só anoto essas coisas que não guardamos de cabeça- mas que estou me prometendo para 2011 fazer melhor uso ou o devido ao menos, delas- as agendas.
Enfim, depois de olhar a senha eu coloquei a agenda em cima do muro enquanto ia colocar o carro na garagem...Agora entra o título do texto: “Distraídos venceremos”
que à propósito é o nome de um livro muito bom do Paulo Leminski e que eu ganhei do meu primo que coincidentemente também se chama Paulo.
Fato é que por ser distraída eu não percebi a agenda lá em cima do muro e depois de estacionar o carro saí correndo, pois pra variar estava atrasada, e por sorte essa sorte que o Leminski fala que acompanha os distraídos percebi o esquecimento antes de entrar no trem, pois caso contrário teria perdido a viagem a São Paulo.
Pois bem, enquanto fui resgatar a minha agenda, fui me xingando o caminho inteiro: de burra, de esquecida, de como vc faz umas coisas dessas; e fiquei pensando nessa coisa de ser distraída e deu vontade do fundo do peito de parar com esse negócio; mas depois no caminho de volta à estação, já com a agenda recapturada, me absolvi um pouco, afinal, a distração dá trabalho sim e muito, nem me lembro mais as topadas que vivo dando por aí, meu dedão do pé que o diga.
Mas mesmo de dedão esfolado e com a imagem de São Longuinho na carteira (São Longuinho é o santo das pessoas que vivem perdendo as coisas, se vc perder algo, chame o assim: São Longuinho, São Longuinho se eu achar ( diga o que vc perdeu) dou três pulinhos) para compensar todos os trabalhos extras que ele já me fez, eu acabo sempre dando uns 05 pulinhos.
Mas voltando à distração, mesmo com tudo isso eu acho que ela às vezes é bem vinda, afinal como diria Guimarães Rosa: “O importante não é chegar nem partir, mas sim a travessia” e o caminho é cheio de detalhes e riquezas que se estivermos muito concentrados ou determinados, acabamos não nos permitindo ver; acho que uma topada e um dedão esfolado, para ver uma estrela cadente ou um pôr do sol daqueles, vale a pena, assim como um atraso de 05 minutos por parar e cumprimentar o Tiozinho que todo dia você vê na padaria, também.
É, com alguns retoques aperfeiçoamentos e reparos, claro inevitáveis e necessários, nós distraídos de carteirinha, vamos seguindo e juntos, e principalmente guiados por São Longuinho venceremos.
Escrito e postado por Joyce às 10:50
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Definição do amor por um casal apaixonado
(Ela) -Amar é: fechar os olhos e ver você...
(Ele)- Amar é: respirar e sentir seu perfume...
Escrito e postado às 14:20
(Ele)- Amar é: respirar e sentir seu perfume...
Escrito e postado às 14:20
quinta-feira, 3 de junho de 2010
É de dentro
Inspirado no poema Pergunte ao Pó, de Paulo Leminski.
Pergunte ao Pó
cresce a vida
cresce o tempo
cresce tudo
e vira sempre
esse momento.
cresce o ponto
bem no meio
do amor seu centro
assim como
o que a gente sente
e não diz
cresce dentro
É de dentro
É de dentro!
Sorrateiro, silencioso, rasteiro,
Vem do peito essa aflição,
Que às vezes é força,
Às vezes solidão.
Confundo-me com o espelho,
Olho e não vejo.
Queria enxergar a alma,
Desvendá-la, desnudá-la,
Descobrir-me das vestes,
Inclusive a dos outros.
Talvez assim eu entendesse,
Que o que é de dentro,
Não é para ser visto,
Não se vê, mas se sente, o que foi vivido.
O que é de dentro,
Guardado e trancado na gaveta mais funda da alma,
Só pode ser lembrado, revisitado,
Ou, se a gente perder a chave,
Pode até ser mudado...
Escrito e postado por Joyce às 13:46
Pergunte ao Pó
cresce a vida
cresce o tempo
cresce tudo
e vira sempre
esse momento.
cresce o ponto
bem no meio
do amor seu centro
assim como
o que a gente sente
e não diz
cresce dentro
É de dentro
É de dentro!
Sorrateiro, silencioso, rasteiro,
Vem do peito essa aflição,
Que às vezes é força,
Às vezes solidão.
Confundo-me com o espelho,
Olho e não vejo.
Queria enxergar a alma,
Desvendá-la, desnudá-la,
Descobrir-me das vestes,
Inclusive a dos outros.
Talvez assim eu entendesse,
Que o que é de dentro,
Não é para ser visto,
Não se vê, mas se sente, o que foi vivido.
O que é de dentro,
Guardado e trancado na gaveta mais funda da alma,
Só pode ser lembrado, revisitado,
Ou, se a gente perder a chave,
Pode até ser mudado...
Escrito e postado por Joyce às 13:46
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Acerto de Contas
-Acabou.
-Por que? Como assim? Desde quando?
-Não sei, acabou, morreu, se perdeu.
-E agora, essa dúvida; firme, triste, que insiste...
-Foi você? Fui eu? Foi Maria?
-Lamento.
- Foi a vida...
Escrito e postado por Joyce as 11:40
-Por que? Como assim? Desde quando?
-Não sei, acabou, morreu, se perdeu.
-E agora, essa dúvida; firme, triste, que insiste...
-Foi você? Fui eu? Foi Maria?
-Lamento.
- Foi a vida...
Escrito e postado por Joyce as 11:40
sexta-feira, 26 de março de 2010
Saudade
É um sentimento, é um pensamento?
Saudade é um negócio de doido!
Vem da onde? Vem por quê?
Nunca avisa: não dá recado, não liga; não manda carta.
Simplesmente chega...
Às vezes, vem e vai, leve como uma brisa.
Noutras, parece um terremoto,
Tamanha a força que tem e o estrago que fica.
Alguém saberia defini-la?
Eu não sei, mas me arrisco...
Saudade é vontade!!!
É vontade sufocada;
Sufocada e misturada: do gosto de um beijo, da lembrança de um sorriso...
É, saudade; é vontade sufocada e misturada de passado.
Um passado que foi, mas que ainda vive.
Escrito e postado por Joyce às 16:07
Saudade é um negócio de doido!
Vem da onde? Vem por quê?
Nunca avisa: não dá recado, não liga; não manda carta.
Simplesmente chega...
Às vezes, vem e vai, leve como uma brisa.
Noutras, parece um terremoto,
Tamanha a força que tem e o estrago que fica.
Alguém saberia defini-la?
Eu não sei, mas me arrisco...
Saudade é vontade!!!
É vontade sufocada;
Sufocada e misturada: do gosto de um beijo, da lembrança de um sorriso...
É, saudade; é vontade sufocada e misturada de passado.
Um passado que foi, mas que ainda vive.
Escrito e postado por Joyce às 16:07
quinta-feira, 18 de março de 2010
...
Enquanto a inspiração, não vem, aproprio-me e compartilho com vocês um texto da Clarice Lispector - aliás, é provável que ela sempre apareça por aqui. É, sou fã mesmo rs...
Um texto, que para mim, é um retrato do que seria um amor, ou melhor uma relação ideal entre um homem e uma mulher e como esse amor antes leve e doce, vai sendo carregado e transportado para o terreno da dúvida e consequentemente, tornando se pesado e doloroso, muito por que nós insistimos em querer certezas, querer seguranças...
Bom, chega de falar, Boa Leitura!!
"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."
Clarice Lispector
Um texto, que para mim, é um retrato do que seria um amor, ou melhor uma relação ideal entre um homem e uma mulher e como esse amor antes leve e doce, vai sendo carregado e transportado para o terreno da dúvida e consequentemente, tornando se pesado e doloroso, muito por que nós insistimos em querer certezas, querer seguranças...
Bom, chega de falar, Boa Leitura!!
"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."
Clarice Lispector
terça-feira, 9 de março de 2010
Dura
Quanto tempo?
O tempo que eu quiser.
O tempo que só o tempo pode saber.
Perdura
O amor perdido.
O sonho interrompido.
O sussurro dos seus lábios no meu ouvido.
Reluta
Na palavra não dita.
No silêncio que grita.
Na comodidade que aprisiona.
Apura
Seus desejos, bloqueios.
Suas angústias, censuras.
tuas dúvidas, perscruta.
Cura
A ferida, com paciência.
A ausência, amando.
O medo, conhecendo.
A dor vivendo.
Postado por Joyce. (Das Antigas) Escrito em nov/2008
O tempo que eu quiser.
O tempo que só o tempo pode saber.
Perdura
O amor perdido.
O sonho interrompido.
O sussurro dos seus lábios no meu ouvido.
Reluta
Na palavra não dita.
No silêncio que grita.
Na comodidade que aprisiona.
Apura
Seus desejos, bloqueios.
Suas angústias, censuras.
tuas dúvidas, perscruta.
Cura
A ferida, com paciência.
A ausência, amando.
O medo, conhecendo.
A dor vivendo.
Postado por Joyce. (Das Antigas) Escrito em nov/2008
quinta-feira, 4 de março de 2010
Ah!, esse medo antigo e escondido.
De ouvir o silêncio, de calar o meu grito.
Essa estranha mania de viver sonhando, acreditando...
Será que não dava pra nascer de novo, menos otimista e mais realista.
Esse otimismo; que a tudo quer justificar.
Não se engane; chamando-o de ingênuo, de bonito.
Ele é na verdade, mais uma forma de egoísmo.
Postado por Joyce
De ouvir o silêncio, de calar o meu grito.
Essa estranha mania de viver sonhando, acreditando...
Será que não dava pra nascer de novo, menos otimista e mais realista.
Esse otimismo; que a tudo quer justificar.
Não se engane; chamando-o de ingênuo, de bonito.
Ele é na verdade, mais uma forma de egoísmo.
Postado por Joyce
terça-feira, 2 de março de 2010
Prisão Humana
O que teria acontecido?
Um olhar fugitivo, mas logo flagrante
Essa nuvem de intenções a nos pairar
Acometidos ficamos do desconhecido.
A princípio inocentes; brincamos
Brincamos com as palavras, com os olhares
A ponto de a brincadeira, tornar-se identidade
Quisemos disfraçar, desentender
Mas por maior que fosse a fuga
Não havia refúgio sificiente
Masi que casados, namorados amigos, ou mero acaso
Tornamo-nos cúmplices
Cúmplices no nosso segredo
Nesse sincero e imperfeito jeito de gostar
Mas fadados ao concreto, ao palpável
Aprisionados à nossa condição humana
Deixamos perder-se a essência
Perdida talvez na busca da certeza
Um olhar fugitivo, mas logo flagrante
Essa nuvem de intenções a nos pairar
Acometidos ficamos do desconhecido.
A princípio inocentes; brincamos
Brincamos com as palavras, com os olhares
A ponto de a brincadeira, tornar-se identidade
Quisemos disfraçar, desentender
Mas por maior que fosse a fuga
Não havia refúgio sificiente
Masi que casados, namorados amigos, ou mero acaso
Tornamo-nos cúmplices
Cúmplices no nosso segredo
Nesse sincero e imperfeito jeito de gostar
Mas fadados ao concreto, ao palpável
Aprisionados à nossa condição humana
Deixamos perder-se a essência
Perdida talvez na busca da certeza
Ensaio sobre a Expectativa
Quantas vezes adiamos a resposta, o resultado?
Adiamos o desfecho e prolongamos o anseio...
Para quê? Talvez para continuarmos sonhando...
Talvez por termos medo.
Há vezes em que o conhecimento não é bem vindo.
Um exemplo disso se dá nas questões do coração.
É mentiroso, ou não amou de verdade, aquele que proclama aos quatro ventos, que prefere a convicção de um não.
Ah, quantos amantes, apaixonados, se enganam ou se enganaram na ilusão do talvez, na espera do sim...
E quem poderá condená-los ou taxá-los de tolos, errados.
Acho muita pretensão, o ser humano-ainda mais quando ama - não é afeito a regras e muito menos a manuais de instrução.
As expectativas, os sonhos e anseios, são irmãos quase gêmeos da ilusão.
E todos são filhos da mesma mãe: a Esperança e do mesmo pai: o Desejo.
Adiamos o desfecho e prolongamos o anseio...
Para quê? Talvez para continuarmos sonhando...
Talvez por termos medo.
Há vezes em que o conhecimento não é bem vindo.
Um exemplo disso se dá nas questões do coração.
É mentiroso, ou não amou de verdade, aquele que proclama aos quatro ventos, que prefere a convicção de um não.
Ah, quantos amantes, apaixonados, se enganam ou se enganaram na ilusão do talvez, na espera do sim...
E quem poderá condená-los ou taxá-los de tolos, errados.
Acho muita pretensão, o ser humano-ainda mais quando ama - não é afeito a regras e muito menos a manuais de instrução.
As expectativas, os sonhos e anseios, são irmãos quase gêmeos da ilusão.
E todos são filhos da mesma mãe: a Esperança e do mesmo pai: o Desejo.
Assinar:
Postagens (Atom)